INTRODUÇÃO DO LIVRO – “VOTO CONSCIENTE: COMO ESCOLHER O SEU VEREADOR” DE MARCOS PINHEIRO

abril 8, 2020 às 9:51 am | Publicado em Sem categoria | Deixe um comentário

INTRODUÇÃO
A VIDA E A POLÍTICA: NARRANDO UMA ESTÓRIA

“A História é a Ciência dos Homens no Tempo…”
Marc Bloch

Caro leitor. Este livro se propõe a desmitificar a política com fins a dar instrumentos
ou ferramentas racionais aos eleitores na escolha de seus candidatos a vereadores nas
eleições municipais que estão próximas, as eleições de 2020. Contudo, não vejo outro
modo de mostrar o quão significativo e proveitosa esta obra é sem narrar um pouco da
minha Estória aos moldes do livro O Código da Vida, do Renomado Jurista Saulo Ramos.
Nela, não sabemos definir se é um livro de memórias, de Histórias de Bastidores ou
mesmo um Suspense, não seria tão genial se não fosse narrado assim. Contudo, não
seria possível compreender os capítulos desse livro se não adentrarem um pouco à minha
narrativa, ao menos no primeiro capítulo, que como o Jurista Ramos, intenta memórias,
histórias de bastidores, suspense e uma série de críticas que faço a cada compasso
nestes 16 anos, onde tudo começou. Peço que tenham paciência, pois a instrumentação
e ferramenta vem ao longo dos capítulos. Mas estas pinceladas talvez possam ajudá-los a
compreender por que tamanho buraco e crise política e econômica estamos vivendo nos
dias de hoje….
Em 2004 eu tinha uma banda de Pop Rock – chamada “Subsolo” – em que
produzimos letras de altíssima crítica social, existencial e, principalmente, política. Em
uma das músicas, chamada Apenas Brasil, garantimos isso de forma afiada e poética se
não fosse pelo equívoco trecho na letra: “Para assistir, um deputado, falando besteira no
Senado […]”. Por favor caro leitor, tente entender, eu tinha apenas 16 anos. Acerca dos
integrantes da banda, o quê nos sobrava de “desobediência ao Sistema Política”, de
Rebeldia, faltava-nos de formalidade e conhecimento da Realidade tal como ela é.
Faltava-nos uma boa dose de História, Sociologia, Direito, Economia etc…e etc…Contudo,
minha exegese acerca desse livro é justamente esta: nasceu a rebeldia e o
descontentamento social com o sistema político, bem como os políticos, mas faltam-lhe
instrumentos ou ferramentas para que possam modificá-lo, minimamente, nas urnas. Na
1

escolha do candidato, se não ideal, um que consiga cumprir minimamente a sonhada
correspondência entre os ensejos do eleitor e as “promessas” ou “compromissos” de seu
candidato pós-eleito.
Em 2006, 4 dos 5 integrantes da mesma banda, percebem a necessidade ou
mesmo, por simples aventura; iniciam seus destinos à militância política institucional:
filiando-se a um partido político, sendo mais específico, o Partido dos Trabalhadores. Mal
sabíamos que, enquanto ufânicos1

e ungidos de rebeldia e – todos nós muito seduzidos
pela esquerda política – estávamos aportando em um barco que começava afundar em
suas raízes éticas, estávamos diante do “mensalão”. Nem por isso desistimos da nossa
entrada ao partido que, na época, ainda tínhamos que fazer um pagamento (chamado de
“contribuição partidária”) no valor R$ 15,00 (Entorno de R$ 40 reais se levarmos em conta
o reajuste do salário mínimo). Estávamos prestes a dar nosso primeiro voto nas eleições
municipais, ainda não tínhamos completado 18 anos e, é claro, estávamos iludidos de que
o “Mensalão” era uma mentira ou “Golpe da Direita” – na época representada pelo PSDB
(Partido da Social Democracia Brasileira). Apesar de ter uma visão panorâmica
completamente diferente da que eu tinha nesta época, este foi um salto importante e que,
sem ele, este livro não seria possível: passei a ver a coisa de perto! Comecei a entender o
jogo político, além da linguagem poética, mas na estribeira do seu mais cruel
pragmatismo2
.
Em 2008 aquela banda estava se tornando, aos poucos, um Grupo Político dentro
do PT. Para quem não sabe, assim como outros partidos, especialmente o PSOL,
possuem o quê nós chamamos de “correntes” ou “linhas filosóficas” dentro dos partidos.
Em tese, elas existem para dar maior pluralidade de pensamentos e ações ao partido,
garantido a sua primazia democrática. Na prática, ao meu ver, elas existem como
soluções organizacionais, estratégicas e práticas aos interesses de seus participantes, ou
seja, pragmatismo político. Apesar disso, minha ficha nesta época ainda não havia caído.
1O ufanismo é uma expressão utilizada no Brasil em alusão a uma obra escrita pelo conde Afonso Celso cujo título é
Porque me Ufano do Meu País. O adjetivo ufano provém da língua espanhola e significa a vanglória de um grupo
autoenaltecendo fatos e feitos.
2 Pragmatismo é uma doutrina filosófica cuja tese fundamental é que a ideia que temos de um objeto qualquer nada
mais é senão a soma das ideias de todos os efeitos imaginários atribuídos por nós a esse objeto, que passou a ter um
efeito prático qualquer. O pragmatismo é um pensamento filosófico criado, no fim do século XIX, pelo filósofo
americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), pelo psicólogo William James (1844-1910) e pelo jurista Oliver
Wendell Holmes Jr (1841-1935). Eles se opunham ao intelectualismo, considerando o valor prático como critério da
verdade. Ser partidário do pragmatismo é ser prático, ser pragmático, ser realista. Aquele que não faz rodeio, que tem
seus objetivos bem definidos, que considera o valor prático como critério da verdade. Ser pragmático é ter seus
objetivos bem definidos. Consiste em fugir do improviso, é se basear no conceito de que as ideias e atos só são
verdadeiros se servirem para a solução imediata de seus problemas.
2

Eu acreditava piamente na existência delas como propósito filosófico. Somente depois de
2012 fui compreendendo melhor a realidade destas subdivisões que tinham até nome.
Nesta época eu fazia parte de uma corrente que se chamava “Movimento do PT”.
Curiosamente, uma de suas lideranças nacionais é a deputada Maria do Rosário que tem
forte embates político-ideológicos com o atual presidente, Jair Messias Bolsonaro. Mas
em 2009 esse embate ainda não estava latente. Creio que sendo germinado (risos).
Neste sentido, apoiamos um candidato a vereador na época, Leandro3

, jovem de
idade, mas que havia dado muitas contribuições ao partido. Uma pessoa Leal e
ideológica. Ainda assim, teve míseros 400 votos (entorno). Para ser eleito na cidade, pelo
PT, na época, era preciso ter entorno de 2000 votos. Após isso, graças ao jogo do toma lá
da cá, deram a ele um cargo de nível baixo, bem inferior às suas capacidade e salários,
pagos na prefeitura de minha cidade. Lamentavelmente, ele foi perdendo cada vez mais
prestígio e espaço no partido. Apesar de existirem vários motivos (inclusive de cunho
psicológico, pois este jogo (diga-se: da Velha Política) aos jovens é muito perigoso. Pode
deixar a alguns com sérios problemas de saúde mental com o tempo), o principal, pelo
qual foi ficando de escanteio é que ele era muito crítico e sincero em seus
posicionamentos dentro do Partido. E parece que os políticos e partidos não gostam de
pessoas autênticas, com opiniões próprias, posições ideológicas firmes ou rígidas, como
muitos aqui já sabem, não é verdade (risos)?
Ainda sobre os chamados “Grupos Políticos”, não se iludam. Não são apenas os
partidos de esquerda que os mantêm. Todos os partidos – com menor ou maior número
de existência ou rigidez de confrontos – possuem eles. Bons exemplos, deste período,
foram 1) os embates entre o Ex-Governador Fernando Pimentel e Patrus Ananias. É
importante lembrar que naquela época Fernando Pimentel ambos já haviam sido prefeitos
de Belo Horizonte. Contudo, só o Patrus tinha experiência como Deputado e Ministro do
Combate a Fome do Governo Lula. Ainda assim, Pimentel venceu o embate e foi
candidato e Governador pelo partido em Minas Gerais; 2) Há muitos anos no PMDB
mineiro, existiu o embate entre os grupos do ex-Governador Newton Cardoso e o grupo
de Hélio Costa, hoje controlado pelo deputado federal Leonardo Quintão. Posteriormente
nasce um novo grupo e forte, formado no triangulo mineiro, da família Andrade, do qual
tiveram um ex-vice Governador de Pimentel na gestão de 2015-2018; 3) O PSDB
curiosamente, conseguiu durante anos, manter um alinhamento entorno de Aécio,
3 Todos os nomes das pessoas em que me envolvi pessoalmente aqui que não sejam figuras públicas ocupando cargos
públicos eletivos não serão revelados, serão pseudônimos. Para identificar se é um pseudônimo ou nome
verdadeiro, os pseudônimos estarão sublinhados.
3

mantendo pouco ou nenhum confronto. Mas a nível nacional, assistimos embates

fortíssimos entre 2011-2013 entre o Ex-Governador de MG, Aécio Neves, e o ex-
Goverador de SP, Geraldo Alckimin. Faltou pegarem em armas na época, figurativamente

(risos). Ainda assim, mesmo o grupo de São Paulo sendo hegemônico – tendo total
controle do PSDB durante anos – Aécio foi cacifado e concorreu à presidência contra
Dilma, sendo derrotado por pouco menos que 4% dos votos válidos. Uma disputa
presidencial acirradíssima e que começou a dividir o país naquela época. Contudo, existe
um lado bom desses embates que levaram os brasileiros a se degladiarem entre Dilma x
Aécio? Sim! Hoje a maior parte dos eleitores passou a se interessar por política. Mesmo
que como eu, seja em 2003 ou 2006, ou seja, apenas na rebeldia, sem possuir os
instrumentos ou ferramentas para exercerem cidadania de forma efetiva a mudar o Brasil.
O Brasileiro não usa mais o antigo jargão: “Política, Religião e Futebol não se discutem”.
Ao menos política, agora, se discute e muito (risos). O quê precisamos é sofisticar essa
discussão. Ter munição para embates e enfrentamentos políticos significativos, com a
maior arma que uma democracia pode ter: “CONHECIMENTO”.
Voltando à eleição de Leandro, em 2008, apesar de tê-lo apoiado formalmente,
quase não fui às ruas pedir votos. Eu havia acabado de sair de um emprego na área de
engenharia, pois sou técnico em informática gerencial, e passado a me dedicar
integralmente ao pré-vestibular SOMA. Naquela época o ENEM não havia se unificado
como hoje e existiam as provas específicas da UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais) que como todos sabem são bem rigorosas, para não dizer elitizadas. Filtram
mesmo os candidatos aprovados. Além disso, mudei de opção de curso na reta final,
inicialmente estudava estudando para Engenharia Elétrica, na reta final, decidi fazer
História. E todos os esforços valeram a pena pois fui aprovado em várias faculdades,
inclusive, Pedagogia na UEMG (Universidade Estadual em Minas Gerais) – do qual cursei
o mesmo durante 6 meses.
Os anos de 2009-2010 foram anos que entrei para o movimento estudantil
universitário. Anos em que fiz muito barulho, mas pouco rendimento acadêmico (risos).
Contudo, espero que seja isso que estejam tirando deste livro, valeu e muito esta
experiência. Como todas as demais. Sem elas, este livro jamais seria possível. Portanto,
fui membro de gestões do D.A da UEMG (Diretório Acadêmico do curso de Pedagogia),
do D.A da FAFICH (Diretôrio Acadêmico da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
da Universidade Federal de Minas Gerais), do DCE-UFMG ( Diretório Central dos

Estudantes da UFMG) e, posteriormente, a uma entidade Estadual que se chama UEE-
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MG (União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais). Toda essa experiência foi
significativa, de aprendizado, eu vi e vivenciei muitas coisas. Mas ao mesmo tempo,
desgastante e decepcionante. A decepção está em presenciar um movimento estudantil
atravancado por disputas espúrias e irrelevantes, sendo as relevantes levadas na
“barriga” – sem a seriedade necessidade. Decepcionante por que, como filado ao PT e
naquela altura eu já estava em outra corrente política dentro do PT, de nome “Tribo”,
presenciei as disputas internas e externas (com outras correntes partiárias como o
PCdoB, PSTU, PCR e etc…). E no final, a UEE que é uma entidade ligada à UNE (União
Nacional dos Estudantes) tinha “dono”. E o seu dono era a UJS (União da Juventude
Socialista), entidade construída pelo PCdoB (Partido Comunista do Brasil). E era uma
entidade tão viciada, fraudulenta, seja na contagem de voto dos congressos ou na
agremiação e estuantes nas diversas universidades e faculdades do Brasil que chegou
um ponto que o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados) – que dentro da
esquerda até hoje possui certa coerência e princípios – se desligou da entidade e
montaram uma nova entidade estudantil de nome ANEL ( Assembleia dos Estudantes
Livre). Este livro não se pretende fazer juízo de moral ideológica, apenas relapsos na
introdução, mas se eu ainda fosse estudante, confesso, faria parte da ANEL e não da
UNE (risos).
Concomitante a vida de estudante, militante dos movimentos estudantis, eu ainda
tinha minha militância ativa em Contagem-Minas Gerais. Onde tudo começou. Com as
decepções no movimento estudantil, optei por focar – dali em diante – todos os meus
esforços nos estudos, melhorar notas e ler mais (afinal o curso de história exige muita
leitura, cerca de 250 páginas, entre diversos capítulos/textos de livros ou artigos,
indicadas pelos professores semanalmente).
Esta militância se resumia a dois pilares: 1) Eleger nosso candidato a vereador Zé
Antônio; 2) Fomentar nosso grupo político, tamanho crescimento que, naquela altura
havia sido “rachado” e não foi ao meio. Quanto ao item 2, poderíamos estender em
narrativa outro livro. Mas como não é nossa finalidade, posso dizer, de forma resumida,
que havíamos tido desavenças com o Bernado que naquele momento se colocava como
líder do grupo (não era uma definição clara, exposta, escolhido por votação entre nós),
mas por consentimento, agíamos como se ele fosse nosso líder e “orientador”. E por
diversas práticas políticas dele, diga-se pragmática, e que estávamos tendo diversas
divergências, optei por me desvincular deste grupo e formar outro. Curiosamente, outro
membro do grupo, mais recente, inclusive, de nome Tavares resolveu se juntar a mim. Daí
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em diante, nós dois passamos a construir um novo grupo político, dentro da corrente do
PT de nome “Tribo”, que seria na prática uma Nova “Aldeia” dentro dessa rede de
subdivisões complicadíssimas para nós compreendermos, quanto mais a vocês caros
leitores. Confesso ser bem confuso tudo isso (risos). E víamos, neste candidato, a
possibilidade e o apoio, caso ele vencesse, de consolidar e estruturar este novo grupo
que em pouco tempo se tornou 14 membros. Tínhamos um discurso mais refrigerado.
Reuniões mais livres nas falas. Possibilidades mais amplas. Nós íamos nos espaços do
povo onde ninguém queria ir: nas praças de jovens, eventos festivos como o antigo
evento “Churrasco Skate e Folia”, Religiões de Matriz Africana ( pois uma das pessoas
que angariamos era membro de uma), Nos movimentos Rapper’s ou mais modernamente
chamado de freestayler, Parada Gay, Bares que eram até então vistos como “mal
frequentados” em busca de novos adeptos dessa política (Seria meus primeiros passos
ao que eu passei a chamar e me vincular posteriormente de “Nova Política”?). Onde tinha
pessoas, lá estávamos. E era militância de carteirinha, juntando moedinhas para participar
e angariar pessoas com o charme sedutor da cerveja e boa prosa (risos).
Todos estes esforços tinham um objetivo muito bem consolidado: 1) Trazer mais
adeptos ao grupo e formá-los politicamente. Torná-los mais conscientes sobre política e
quem sabe, dali em diante, poderem agir, transformar a realidade social onde viviam e
contribuir com o grupo político-partidário, é claro; 2) Aumentar número de filados no PT
favoráveis a nós. O PT possuí um processo chamado PED (Eleições Diretas) para
escolha de suas direções municipais, estaduais e nacional. E nós havíamos entendido
(nosso crescimento de consciência política neste momento havia aumentado
consideravelmente) que não poderíamos fazer nada de bom enquanto certos grupos e
dirigentes estivessem no poder. Então nossa meta era aumentar o número de filiados e
vencer neste processo. Começando pelas eleições para presidente da juventude no
município. Não conseguimos ao longo de 2 anos filiar entorno de 100 pessoas. Muitos
não eram ativos. Mas isto não era uma preocupação, a meta era vencer as eleições
internas. Estávamos ao pouco ficando igual eles, os predecessores, os poderosos do
partido, membros do que hoje chamo de “Velha Política”. Mas achávamos que os fins
justificavam os meios e cada vez mais “colocávamos lenha no trem e seguíamos a trilha”.
Para a nossa decepção e percepção, que foi sendo compreendida com o tempo
(Consciência novamente sendo expandida), enquanto nós, duramente, pelo debate e
convencimento, fazíamos uma filiação, os demais grupos que nos viam com muito rancor,
raiva e ódio; eles faziam 10. Então vamos aos cálculos: se nós fizéssemos 100 filiados,
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eles faziam 1000. Sem contar as alianças com caciques políticos da cidade que possuíam
filiados antigos cujo Bernardo mantinha fortes relações positivas. E o que pode mais
indignar você leitor (principalmente se conhecer um destes filiados, pois este sistema,
este mecanismo, existe em todo o País, de forma similar) são filiados que nunca
participaram se quer de uma reunião do mesmo. Nem sabiam o quê era o PED e seu
propósito. No dia da eleição, buscavam-nos em suas casas para votar. E é claro que
ninguém sai de casa no domingo para votar em algo que nem sabe do que se trata de
graça não é verdade (risos)? Passemos adiante…
Em 2016, Êta 2016! Um ano de grandes Vitórias e Derrotas, de forma simêtrica,
para todos nós. Uma coisa que é importante salientar é que nesta época nós havíamos
adaptado o chamado pragmatismo político. Tínhamos interesse em 2 cargos
comissionados, ao menos, caso ele vencesse. Seria escolhido duas pessoas deste grupo,
composto por – neste momento – 20 pessoas. Por isso, mesmo sabendo que o candidato
Zé Antônio não era o candidato dos sonhos, pensávamos que ele era um mal menor e
podia se adaptar a um crescimento político positivo e ideológico com o tempo….Mas
estávamos muitíssimo enganados!
Em 2016, com a nossa ajuda, O Candidato a Vereador José Antônio, conhecido
como Zé Antônio do Hospital Santa Helena, vence as eleições com 2808 votos! Não sem
a nossa ajuda, é claro. Afinal, ele vence as eleições de forma apertada em relação a sua
suplente, com uma diferente de pouco menos de 200 votos. E eu estava na coordenação
e sua campanha, uma coordenação composto por duas pessoas, Eu e Luzana. No
entanto, ele nos chutou. Não cumpriu a palavra. E ninguém do nosso grupo foi
contemplado. E nesta época, já estávamos em outra corrente do PT, denominada de
“Democracia Socialista”, a mesma corrente de Tarço Genro, Juarez Guimarães, Paulo
Teixeira, entre outros. Nomes acadêmicos e muito intelectuais. Estávamos alinhados com
o desejo de incorporar o Zé Antônio nesta onda de um mandato mais pautado na
ideologia, Filosofia, História etc…e etc….Afinal, eu estava quase graduando em História.
Além disso, essa situação me fez lembrar de Leandro, lembram? Pois nesta altura
do campeonato eu já me comportava como ele: crítico, relativamente sincero ( falava
algumas verdades e incômodas ao candidato e ao partido), rebelde e etc…e qual
parlamentar, político, quer como seu assessor gente que pensa? Ou melhor: gente que
diz o quê pensa? Como vocês puderam perceber, nenhum!
A partir daí a minha vida pessoal se desmoronou. No capitalismo, se você aposta
em um ramo financeiro, tem que ir até o final, por que não há espaço para especialistas.
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Em 2009 fiz uma aposta intelectual e política para minha vida. Isso nunca foi bem visto
pela sociedade. Não começou com o presidente Bolsonaro, querendo acabar o
desmantelar os cursos de Sociologia e Filosofia. Ele apenas está dando mais ênfase a
esta desvalorização. A verdade é que esta na História do Brasil, nestes 500 anos a
desvalorização da carreira de intelectuais pobres, ou professores. Estou por acaso
falando alguma inverdade? Em 2013 começo o meu processo de desvinculação do PT.
Explico. Foram vários fatores que me levaram a essa decisão:
• O Mensalão foi Real. Não sabemos a real dimensão daquilo. Como e o quanto
Lula estava envolvido. Mas o PT sabia de tudo. E descobrir isso foi muito
decepcionante. Eu costumo dizer que a prova disso é que em 2006, um dos
caciques do PT Nacional e Ex-Senador, Aluísio Mercadante, lança um livro
espetacular, Brasil Primeiro Tempo, em que o mesmo por descuido, desespero ou
desabafo, lança um capítulo – que foge até dos demais que têm fundamentos
mais econômicos – dizendo claramente que o PT “Rompeu com seu Império da
Ética”.
• Para mim era decepcionante saber que 90% da militância petista nunca havia lido
o livro “A História do PT” de Lincoln Secco, professor do Departamento de História
da USP. Na época eu havia comprado 5 exemplares, pois eu economizaria
comprando desta forma. Foi um custo vender os demais 4 exemplares para muitos
militantes que ofereci. Quem não conhece sua história está fadado ao fracasso.
Vergonhoso Isso.

• A escolha de Dilma para Presidente foi uma escolha autoritária por parte do Ex-
presidente Lula. Não tinha como dar certo a longo prazo. Haviam várias opções ou

alternativas melhores, mas ele “estrangulou” todos os demais fôlegos, como os
nomes de Marina Silva, Tarso Genro, Patrus Ananias e etc…Provavelmente os
preferidos eram José Dirceu e Palocci. Mas como estes dois nomes estão
envolvidos em escândalos de corrupção, sobrou um “fantoche”. E como sabemos,
ela foi. Na mão dele. Na mão do Congresso. E, principalmente, na mão do Capital
Especulativo, Latifundiários e Industriários do país;
• Fernando Pimentel havia vencido as disputas internas naquele período e tudo
indicaria que seria o futuro Governador do Estado de Minas Gerais. Como hoje
ficou provado: é um ser político sem escrúpulos, pragmático ao extremo e aliado
do que tinha e pior na política na época. Criou Márcio Lacera, com a Aliança
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maluca junto a Aécio Neves na Época. Fez uma péssima Gestão como
Governador e, atualmente, está em fins de ser preso.
• Decepções municipais com o PT de Contagem. Muitos desgastes e divergências
com os correligionários do líder que manda neste partido na cidade: o ex-deputado
Durval Ângelo.
• Decepções Emotivas e Pessoais com o Vereador José Antônio. Hoje ele está no
seu segundo mandato e é um dos piores vereadores da câmara. Não apresenta
projetos válidos para a cidade. Esteve alinhado com o Governo Anterior e está
atualmente. Suas falas no microfone, algumas, já viraram até Memes, comédia,
por que ele é extremamente ignorante intelectualmente, chego a me arrepender
por completo de tê-lo apoiado, ajudado a chegar lá na câmara como vereador.
Eu poderia ficar aqui relatando inúmeros pontos. Mas preciso ser breve neste
capítulo. E, caro leitor, tentarei ser o mais breve daqui em diante. Dito tudo isto (risos).
Em 2014, nasce um Novo Marcos Pinheiro politicamente. Um que,
incansavelmente, tomou algumas decisões: ser servidor público efetivo ou trabalhar com
qualquer coisa, mas nunca mais ensejar ou depender a hipótese de ter um cargo público
político que não fosse eletivo ( ou seja, eleito pelo povo). Passei a trabalhar duro em criar
uma nova plataforma que consistia nos seguintes pontos:
• Atuar sob a Sombra da Nova Política. Não a da Marina que estava no auge na
época. Mas uma peculiar. Inspirada em movimentos que estão acontecendo em
todo o mundo, como o PODEMOS na Espanha do qual há anos venho lendo e me
inspirando muito. Então passei a usar o jargão “VELHA POLÍTICA” x “NOVA
POLÍTICA”. Tentando identificar, ao máximo, diferenças entre uma e outra. E é
claro, no Brasil ela ainda é muito recente, incipiente.
• Como Pensador e Militante da Nova Política, fazer uso da sua principal plataforma:
AS REDES SOCIAIS. Por isso, em 2014 eu criei a página “A Cidade em Debate
com Marcos Pinheiro” na tentativa de inovar o máximo. Claro que muitos equívocos
acontecem. Inovar nunca foi fácil e nunca ocorre da noite para o dia (risos). Mas se
repararem, naquela época quase ninguém tinha fan pages, uso maciço nas redes
sociais e produção de vídeos e live’s com tentativa de franqueza, agressividade e
fiscalização do poder público. Agora surgiram muitos, especialmente, a partir de

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2017. O próprio Bolsonaro fez muito uso disso. Assim como diversos deputados
que foram eleitos em 2018.
• Dizer o quê ninguém tá dizendo com o máximo de transparência e sinceridade,
mesmo que para isso, tenha que usar linguagem “Chula”, alguns palavrões (risos).
• Partido são máquinas de manter a política como esta. Por mais que a legislação
ainda nos obrigue a ter um partido para se candidatar, um candidato da Nova
Política tem que tomar cuidado para não entrar no jogo partidário. Usar todos os
mecanismos que a lei permite (como as “janelas partidárias”) para que, mesmo
sendo eleito por partido “X”, possa se desvincular quando o mesmo estiver
travando-o de ser Ele e Trabalhar de forma inteligente, honesta, sincera e correta
para o Povo.
• Por último e por fim, passei a focar na Função “Fiscalizadora” do Parlamento em
detrimento as demais. Especialmente no que tange a Projetos de Lei. A maioria,
esmagadoramente a maioria, são desnecessárias. Pois já existem leis federais
excessivas e provavelmente o projeto de lei do vereador já existe, não sendo
necessário criar outro municipalmente. Aliás, muitos destes candidatos dos quais
vocês não devem votar fazem uso desta artimanha, deste jogo de ilusão de ótica!
Cuidado!!!!!

Dito isto, vamos a parte prática e objetiva do livro que muitos anseiam em ter sua
consciência expandida por este livro. Durante muitos anos, tenho escutado: “Político é
tudo igual, não tem como diferenciar”. Bom, este é um livro focado nas eleições
municipais, na escolha do seu vereador em Outubro de 2020. E este, caro leitor, eu lhe
garanto. É possível diferenciar sim. Contudo, o livro está mais preocupado em te dizer em
quem não votar, do que quem votar. A escolha exata sempre será subjetiva. Mas a
escolha de quem não votar é objetiva e é isso que você vai descobrir. Afinal, se você
eliminar 70% dos candidatos devido a esta ferramenta que vou lhes apresentar, ficará
mais fácil escolher entre os 30% restantes, certo? Supondo que são 1000 candidatos
totais em sua cidade, se você, por meio dessa ferramenta, conseguir eliminar 700
candidatos dos quais não deve votar, escolher um bom entre 300 não será uma tarefa
difícil, aina mais se ler e compreender bem minha trajetória política exposta neste
cVOTO CONSCIENTEapítulo! Então sigamos em frente, ao segundo capítulo! Vote Consciente, Sempre!

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